Participar da família Piracema foi sempre um grande orgulho, motivo de satisfação e alegria.
Tudo começa em 1976 quando sou convidado a participar como passista. Lembro-me da fantasia: calça e sapato brancos, camisa listrada de branco e preto e palheta de plástico branco na cabeça. Quando o resultado do concurso das escolas foi divulgado, na Câmara Municipal - ainda na Florêncio Pupo - minha palheta subiu aos céus e, ao voltar, virou pulseira...
Depois daquele ano fui convidado a tocar surdo. Que orgulho poder envergar, junto com tantos outros bons ritmistas, a fantasia do coração pulsante da escola, bateria nota dez e, sem sombra de dúvidas, um dos melhores sambas tocados até hoje na cidade. Um samba com malemolência, rápido, gostoso, fluente, sem ser marcheado como os de hoje ou melancólico e antigo como os de outrora. Quem não ouviu o “batuque” da Piracema não tem termo de comparação em matéria de samba e, se não sambou, dançou...
Parte importante de minha vida passei ao lado dos amigos e lá, na Piracema, haviam legiões.
Os desfiles eram primorosos, feitos com o capricho de muitas mãos e com o carinho costumeiro, sem falar do bom gosto e beleza das fantasias e adereços.
Os desfiles eram primorosos, feitos com o capricho de muitas mãos e com o carinho costumeiro, sem falar do bom gosto e beleza das fantasias e adereços.
Mas, nem tudo eram rosas: Nos arroubos da juventude, certa vez, Roger Scava e eu fomos fazer a estrutura de um carro alegórico, carro de destaque. O destaque foi o carro, todo feito a madeira e pregos, pesando uns mil quilos e com uma enorme dificuldade de locomoção... Não precisa dizer que precisamos do socorro do “Vô Cride” – Euclides Deantoni – para solucionar a questão e ajeitar o projeto. Se não fosse ele, sei não...
Outra vez... eu e Baixinho De Antoni encapamos todos os instrumentos da bateria - e olha que não eram poucos - em uma noite apenas, tocados a duas garrafas de uísque... ô bebedeira danada...
Dos temas, me lembro: Pito Aceso, O Circo, Um Dia e Candomblé – afinal de contas: “- ... quem não pode com mandinga, não carrega patuá...”.
Juntamente com a escola de samba que fazia a população vibrar de alegria e entusiasmo, com desfiles estonteantes, surgia um movimento cultural que perdura até os dias de hoje.
Também para angariar grana e ajudar a colocar a escola na avenida, ou melhor, na Praça da Bandeira, aparece o TAPI – Teatro Aberto Piracema, grupo jovem, heterogêneo e versátil. Quatro peças - muitas apresentações - enorme sucesso. Vocês se lembram? De Maria Clara Machado - "O Rapto das cebolinhas" e "A volta do Camaleão Alface"; "No País de Oz", uma adaptação feita pelo Rogério Scavone do clássico O Mágico de Oz e, "Como o sapo bom virou Dr. T. Fon", da lavra do Rogério. Êta moçada arretada!
Contei um pouquinho de história. O espaço é aberto e democrático. Quem quiser, conte outras...
Uma mariola pra quem achar, na foto lá de cima, tirada na Praça da Bandeira no ano do Candomblé, os seguintes cinquentões (ou quase): Edson Godoy, Chico Leoni, Ocimar Rabechi, Renato Milanez, Marco Borella, Maçã - que Deus o tenha - Marcelo Riva, Edson De Antoni, Bosco Camargo e outros...
Não participei da Escola Piracema. Não como integrante. Mas, tenho muito orgulho de ter sido um dos "fotógrafos" que documentaram tanta beleza e bom gosto. Muitos ex-integrantes devem ter fotos guardadas por mim clicadas, o que muito me honra.
ResponderExcluirFico pensando, como pode naquela época nossa cidade ter contado com escolas de samba da categoria da Piracema?
Um abraço a todos. Celso
Eu participei muito intensamente da Escola de Samba Piracema. Foi bom demaissssssssssssss
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